As formas de manifestação popular têm se ampliado em tempos de informação rápida. Jovens se unem para derrubar ditadores, unem-se para protestar diante de mazelas políticas, corrupção, demagogia, gestão ineficiente. E isso é bom! A juventude tem esse necessário ímpeto. Tem inquietude e potência acumulada para não se acomodar aos fatos que considera ruins. E há jovens de todas as idades. O medo da mudança é coisa de gente cansada, acomodada. Gente desanimada. Jovem luta por aquilo em que acredita. Do contrário, não é jovem, mesmo que tenha pouca idade.
Recentemente, jovens manifestaram-se contra uma curiosa e descabida expressão: “gente diferenciada”. Foram às ruas e aos veículos de comunicação protestar contra o aumento abusivo de tarifas de ônibus. Protestaram pela liberdade. Liberdade, esse é o caminho.
Liberdade requer conhecimento. Liberdade exige autonomia. Além da liberdade, os jovens fazem tremular a bandeira da verdade. Preferem os que expressam opiniões, mesmo aquelas que contrariam as suas, à dissimulação dos que tomam decisões solitárias, mascaradas. A imagem é muito mais interessante do que a maquiagem. A maquiagem aos poucos cai, como na cena final do clássico Morte em Veneza. A maquiagem é um desserviço à política. É preciso ver a imagem. Concordar ou discordar dela. Mas a imagem. Bonecos ganham eleições, mas são frágeis para administrar cidades.
A recente marcha da maconha gerou polêmica. A juventude buscou outra alternativa. Alguma que não ferisse a legislação. E isso é fundamental. Quem defende a democracia defende as leis, mesmo que não concorde com algumas delas. Se não há concordância, luta-se para mudá-la, nunca para negligenciá-la. A marcha da maconha foi proibida pela Justiça. A da liberdade, permitida. Se houve excessos na proibição, que sejam aparados. A da liberdade foi pacífica. E é de paz que precisamos.
Há outras formas de manifestação popular igualmente nobres, desde que verdadeiras. As redes sociais estão cheias de possibilidades. Manifestemos, então. Com verdade, com respeito, com educação. Assim, damos o exemplo e determinamos o tom do diálogo necessário.
A participação melhora a democracia e ensina governantes e governados a conviverem pacífica e democraticamente, fundamentados na veridicidade e na justiça, em busca do bem comum.